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Postado Por: Unknown domingo, 28 de outubro de 2012

50 anos de um icônico personagem… Não é para qualquer um. É claro que a MGM, detentora dos direitos do espião mais famoso da história, advindo da literatura de Ian Fleming, iria bolar algo especial.
Mas eis que 007: Operação Skyfall bate vários recordes e supre a maior parte das expectativas.
Bem, de início, é importante dizer que é difícil falar sobre o filme sem entregar o ouro (e acreditem, apesar de o roteiro ser, essencialmente, um filme de James Bond, ele guarda várias surpresas), mas cabe ressaltar que a escolha do diretor Sam Mendes para comandar este verdadeiro épico foi a mais acertada possível.
Claro, ninguém nega que Mendes é um nome singular; responsável por filmes como Beleza Americana, Estrada Para a Perdição e Soldado Anônimo, seu talento foi mais do que provado.
Mas como ele se sairia com as grandes cenas de ação intrínsecas a um filme de Bond? A resposta: bem demais! Se a sequência de início do excelente Cassino Royale era o grande campeão dos pesos pesados a ser batido, Mendes não se intimidou e começou seu filme de forma alucinante.
O espectador nem ao menos tem tempo de respirar – basta dizer que há uma perseguição de moto arrebatadora em cima dos telhados das casas!!! Mais emblemático, impossível.
Então, o inesperado ocorre: “Agent down, agent down!” Não é um spiler tão grave, já que aparecia no trailer, mas daí para frente, falar mais é correr o risco de estragar tudo.
Seja como for, deu para entender, não? Após a “queda de Bond”, o filme torna-se um épico sem igual na história do personagem, com reviravoltas e tramas que vão se enredando, com direito a várias mudanças de cenários e ambientações.
É uma história de queda e ressurreição, de superação, traição e perda. O roteiro, como mencionado, é afiado – em especial nos diálogos – dando espaço para os personagens brilharem e para os atores provarem que são bons!
Destaque para Javier Bardem (impagável), a inexorável Judi Dench e o sempre competente Ralph Fiennes, que possivelmente, deste exemplar em diante, assumirá um papel de destaque na franquia (aguarde e verá).



Entre as Bond-girls, temos duas beldades: a francesa Bérénice Marlohe, e Naomi Harris que, embora não seja tão bonita e sensual quanto sua colega, proporciona melhor dinâmica com Bond e momentos mais engraçados. A trilha sonora ficou por conta da cantora Adele e, apesar de ser uma canção forte, não está entre as melhores da história da franquia. Felizmente, Sam Mendes criou uma abertura de tirar o chapéu, que irá deixar o espectador arrebatado! Aliás, a trilha sonora de uma forma geral foi uma das que mais me agradou nos últimos anos. Ponto para o grande compositor Thomas Newman.
E, claro, não podemos não falar de Daniel Craig. O cara é simplesmente “o” cara. Ele provou isso em sua primeira aparição como Bond e na segunda, mesmo com o filme não ajudando, não deixou a peteca cair. Ele retomou aquele sentimento da época de Sean Connery (mais pedreiro e menos lorde inglês) de ser “adorado pelas mulheres” e o “cara que os homens querem ser”. Não dá para não se deixar envolver pelas expressões cínicas dele, se impressionar pelo olhar determinado, e se encolher quando ele ataca como um trem de carga. O cara é uma persona impressionante, dono de um baita magnetismo e carisma e, de fato, redefiniu Bond para os novos tempos.
Voltando ao roteiro, acredito que seja muito difícil criar uma obra que satisfaça tanto as exigências dos mais tradicionalistas, quanto o público mais jovem – e Skyfall preenche ambos os requisitos. Não se trata apenas das referências (que não são poucas) a momentos icônicos da franquia, mas da forma como elas são feitas. E há um momento definitivo, próximo ao fim do filme, que a explosão de um item diz tudo o que precisamos saber sobre o Bond do novo milênio: o paradigma e a relação com o passado foram rompidos!
Aliás, a relação passado/presente/futuro é o tema principal abordado pelo roteiro. M. é tratada como uma relíquia anciã (assim como a divisão inteira que comanda) e que não tem mais lugar no mundo; Bond é tido como ultrapassado (a certa altura é sugerido que o trabalho que ele desempenha é para jovens); e o conflito de gerações é mais e mais acentuado pelo texto à medida que os personagens são envolvidos por situações adversas que os colocam contra a parede.
Aos 50 anos do personagem, descobrimos mais sobre seu passado e, por meio do que não é dito nos frames, porém insinuado, compreendemos sua personalidade, enxergando os momentos difíceis que o garoto Bond passou em orfanatos, indo de um lar para o outro, até ser recrutado pelo serviço secreto. O choque de gerações também está presente no relacionamento entre Bond e M. – explorado ao extremo pelo diretor, até um final que irá chocar os espectadores.


Operação Skyfall não é isento de problemas. Como qualquer filme do gênero, há momentos em que nos perguntamos “para que tudo isso? Não é mais fácil simplesmente ir lá e meter uma bala certeira na cabeça?”, mas se fizermos isso, estamos questionando a magia da coisa e, com isso, saímos perdendo. Trata-se de uma obra para ser curtida e vivenciada; há momentos de angústia e tensão de roer as unhas, mas humor em medida igual; tantas explosões quanto paisagens arrebatadoras; e o escapismo que qualquer filme de Bond que se preza oferece.
Parabéns a Sam Mendes e Daniel Craig por este sensacional exemplar e longa vida ao espião. Como diz a legenda no próprio fim do filme, “Ele irá voltar!”.

       

Fonte : pipocaenanquim

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